terça-feira, 5 de maio de 2009

Nossa última homenagem a Gilda !



Gilda não está mais com a gente.
Ela amanheceu morta. Por ser idosa e cheia de complicações, deduzimos que tenha sido por motivos naturais, falência múltipla dos órgãos.
Infelizmente não temos economias para realizar uma autópsia e conhecer o que de fato levou nossa Gilda do nosso convívio.



Nunca havíamos publicado a foto de como a Gilda chegou ao Abrigo, até então. Quem acompanha o Abrigo da Serra sabe que ela veio de uma forma trágica… Forma essa que nos faz questionar como o ser humano é capaz de cometer atos bestiais, crueldade pensada e ser capaz de tanta brutalidade.

A Gilda foi encontrada na rua, sozinha. Praticamente não possuía pêlo por causa da sarna, e muito, mas muito magra. Mas esse não era o pior quadro, acreditem.

A Gilda foi agredida e torturada. Enfiaram um vergalhão na nossa garota. Graças a Deus a Eliane tomou conhecimento e salvou a vida em todos os sentidos daquela pobre cachorrinha, que o único mal que fez foi viver na rua, por não ter ninguém que olhasse por ela.
Depois de retirado o vergalhão, foi comprovado que o órgão reprodutor da Gilda estava completamente comprometido… Mas, o pior… Como faríamos para tirar esse trauma da sua vida? Como fazê-la entender que existem outros humanos que são capazes de amar e se sacrificar em nome do bem estar dela? Por incrível que pareça, Eliane conseguiu dar tanto amor, carinho e atenção que, apesar de tudo que ela passou, Gilda entendeu. Sempre foi uma cadela dócil e tranqüila. Entre o que aconteceu com ela no dia do resgate e hoje, se passaram muitos anos e a Gilda partiu já velhinha…

Gilda é uma das cadelas que nos reforçam a lutar tanto para acabar com o abrigo. É impressionante a quantidade de histórias absurdas que essa turminha traz na sua bagagem.

Como a gente frisa e frisa o tempo todo, abrigo nenhum é lar dos animais que lá residem. Falta contato, carinho, amor, atenção individualizada.

Vamos sentir muita falta da Gilda, no seu jeitinho de ser… E é muito frustrante para nós - da Equipe do Abrigo da Serra - não termos conseguido dar a ela nos seus últimos dias de vida um lar cheio de amor e carinho, reverter toda a marca de tortura e solidão que ela sentiu na sua vida.

Mas agora está livre para brilhar e esquecer todo o sofrimento que teve em vida.

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