quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Por quê não vão ajudar crianças com fome?

RESPOSTA À PERGUNTA DE ALGUMAS PESSOAS
por Francisco José Papi

“Por que não vão defender as crianças com fome?”
Questão interessante. Vamos ver se essa eu consigo responder de modo didático.

1) Quem faz esta pergunta admite que existem dois tipos de pessoas no mundo:

As Pessoas Que Ajudam e as Pessoas Que Não Ajudam.
Além disso, admite também que faz parte das Pessoas Que Não Ajudam, afinal, do contrário, diria “Por que não me ajudam a defender as crianças com fome?”, ou “Venham defender comigo as crianças com fome!”, ou “Não, obrigada, vou defender as crianças com fome”.

Então ela se coloca claramente através de sua escolha de palavras como uma Pessoa Que Não Ajuda.

É curioso a Pessoa Que Não Ajuda, não faz nenhum esforço para ajudar, mas, sim, para tentar dirigir as ações das Pessoas Que Ajudam. É bastante interessante. Se eu fosse até sua casa organizar sua vida financeira sob a alegação de que eu sei muito mais sobre administração familiar eu estaria interferindo, mas ela se sente no direito de interferir nas ações que uma pessoa resolve tomar para aliviar os problemas que ela encontra ao seu redor.

É uma Pessoa Que Não Ajuda, mas ainda assim quer decidir quem merece ajuda das Pessoas Que Ajudam e o nome disso é “prepotência”.

2) Pessoas Que Ajudam nunca vão ajudar as “crianças com fome”. Nem tampouco os “velhos”, os “doentes” ou os “despossuídos”. E sabe por que?
Porque “crianças com fome” ou “velhos” ou qualquer outro destes é abstrato demais. Não têm face, não são ninguém. São figuras de retóricas de quem gosta de comentar sobre o estado do mundo atual enquanto beberica seu uisquezinho no conforto de sua casa.

Pessoas Que Ajudam agem em cima do que existe, do que elas podem ver, do que lhes chama atenção naquele momento. Elas não ajudam “os velhos”, elas ajudam “os velhos do asilo X com 50,00 reais por mês”.
Elas não ajudam “as crianças com fome”, elas ajudam “as crianças do orfanato Y com a conta do supermercado”.
Elas não ajudam “os doentes”, elas ajudam o “Instituto da Doença Z com uma tarde por semana contando histórias aos pacientes”.

Pessoas Que Ajudam não ficam esperando esses seres vagos e difusos como as “crianças com fome” baterem na porta da sua casa e perguntar se elas podem lhe ajudar.

Pessoas Que Ajudam vão atrás de questões muito mais pontuais.

Pessoas Que Ajudam cobram das autoridades punição contra quem maltrata uma cadela indefesa sem motivo.

Pessoas Que Ajudam dão auxílio a um pai de família que perdeu o emprego e não tem como sustentar seus filhos por um tempo.

Pessoas Que Ajudam tiram satisfação de quem persegue uma velhinha no meio da rua.
Pessoas Que Ajudam dão aulas de graça para crianças de um bairro pobre.

Pessoas Que Ajudam levantam fundos para que alguém com uma doença rara possa ir se tratar no exterior.
Pessoas Que Ajudam não fogem da raia quando vêem QUALQUER COISA onde elas possam ser úteis. Quem se preocupa com algo tão difuso e sem cara como as “crianças com fome” são as Pessoas Que Não Ajudam.

3) Pessoas Que Ajudam são incrivelmente multitarefa, ao contrário da preocupação que as Pessoas Que Não Ajudam manifestam a seu respeito. (Preocupação até justificada porque, afinal, quem nunca faz nada realmente deve achar que é muito difícil fazer alguma coisa, quanto mais várias).

O fato de uma Pessoa Que Ajuda se preocupar com a punição de quem burlou a lei e torturou inutilmente um animal não significa que ela forçosamente comeu o cérebro de criancinhas no café da manhã. Não existe uma disputa de facções entre Pessoas Que Ajudam, tipo “humanos versus animais”.

Geralmente as Pessoas Que Ajudam, até por estarem em menor número, ajudam várias causas ao mesmo tempo. Elas vão onde precisam estar, portanto muitas das Pessoas Que Ajudam que acham importante fazer valer a lei no caso de maus-tratos a um animal são pessoas que ao mesmo tempo doam sangue, fazem trabalho voluntário, levantam fundos, são gentis com os menos privilegiados e batalham por condições melhores de vida para aqueles que não conseguem fazê-lo sozinhos.

Talvez você não saiba porque, afinal, as Pessoas Que Ajudam não saem alardeando por aí quando precisam de assinaturas para dobrar a pena para quem comete atrocidades contra animais, que estão fazendo todas estas outras coisas, quase que diariamente. E acho que é por isso que você pensa que se elas estão lutando por uma causa que você “não curte”, elas não estão fazendo outras pequenas ou grandes ações para os diversos outros problemas que elas vêem no mundo. Elas estão, sim. E se fazem ouvir como podem, porque sempre tem uma Pessoa Que Não Ajuda no meio para dar pitaco.

Então, como dizia meu avô, “muito ajuda quem não atrapalha”. Porque a gente já tem muito trabalho ajudando pessoas e animais que precisam (algumas até poderiam ser chamadas tecnicamente de “crianças com fome”, se assim preferem os que não ajudam).

Escrito em 13.04.2005

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Convite do Aniversário de Lolita e Nala!!!


Vamos Comemorar o Aniversário de Lolita e Nala!!!

Dia: 30 de Agosto
Hora:16:00 horas
Local: Kennel Vip Icarai , na Rua Gavião Peixoto, n°31, Lj 101, Icaraí, Niterói, Rio de Janeiro.

*Pedimos aos Amigos que puderem Colaborar com a Doação de Um Kg de Ração para os Focinhos do Abrigo da Serra!

Equipe de Amigos do Abrigo da Serra
Email: abrigoeliane@gmail.com
Site: www.abrigodaserra.com.br

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

FEIRA DE ADOÇÃO NA BARRA DA TIJUCA / RJ - 30 DE AGOSTO DE 2009!


Amigos, Nesse mês de Agosto estaremos realizando a Feirinha de Adoção do Abrigo da Serra na Barra da Tijuca!
Dia: 30/08/2009 (Domingo).
Local: Praça do Ó, Posto 3, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Hora: De 10:00 às 16:00 hs.
Aceitamos qualquer tipo de Doação que possa contribuir para o nosso trabalho Voluntario e de Amor: Ração,vermifugos,antipulga/carrapato, produtos de pet em geral, material de limpeza, contribuição financeira, etc...
Venha conhecer e colaborar com o nosso Bazar Beneficente!
Compareça!Convide aos Amigos!Traga a Familia!
Venha fazer um Carinho na Nossa Turminha Canina!
Venha Fazer um Focinho Feliz!
Esperamos por você!!!
Equipe do Abrigo da Serra
EMAIL: abrigoeliane@gmail.com
SITE: www.abrigodaserra.com.br

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Campanha de Adoção do Abrigo na Praça Marcos Tamoio/Lagoa/RJ.


Amigos,

Nesse mês de Agosto estaremos realizando a Campanha de Adoção de Cães do Abrigo da Serra:

Dia: 16/08/2009 (Domingo)
Local: Praça Marcos Tamoio, Lagoa , Próximo a saída do Túnel Rebouças, Rio de Janeiro.
Hora:10:00 às 16:00 hs

*Aceitamos qualquer tipo de Doação que possa contribuir para o nosso trabalho:

-ração para cães
-comedouros e bebedouros
-medicamentos usados (humanos e veterinários)
-coleiras e guias
-antipulgas, anticarrapatos, vermifugos
-produtos de limpeza: cloro, desinfetante...
-jornal
-cobertores, panos, roupas de cama e de banho mesmo que usados
-brinquedos, petiscos, roupinhas, produtos de pet em geral
-caminhas e casinhas
-produtos para higienização canina como: shampoo, condicionador, sabonete, talco, perfume, escova, toalhas mesmo que usadas
-caixa de transporte
-contribuição financeira

Colabore trazendo um quilo de ração, e alimentando o dia de um animal!

Venha conhecer o nosso Bazar Beneficente, com produtos novos e usados!

Faça um Focinho Feliz, Apadrinhando ou Adotando nossos Amiguinhos!

Esperamos todos vocês!

Divulguem aos Amigos!

Equipe do Abrigo da Serra!!!
www.abrigodaserra.com.br

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cães e Crianças, Uma Relação a Ser Cultivada

Cães e Crianças, Uma Relação a Ser Cultivada

Tem se tornado cada vez mais comum famílias adquirirem um animal de estimação para os filhos, em geral um cachorro, alegando que “É bom para a criança conviver com animais”. E isso é verdade, a criança de fato se beneficia bastante do convívio com um cão.

Mas, infelizmente, o que poucas famílias fazem é trabalhar a relação entre o animal e a criança assim que o novo membro se integra à família. Com isso, o cão logo acaba se transformando em mais um bichinho de pelúcia da casa, com o qual o filho se distrai e brinca de vez em quando. Dependendo da tolerância dos pais, a criança fica autorizada a abraçar, beijar e a receber do cão algumas lambidinhas na mão.

Esse contato mínimo, é bom que se diga, já é bastante benéfico a uma criança, mas por que não ir além, por que não estreitar o vínculo de seu filho com o animal, seu mais novo companheiro? Essa pode ser uma relação fundamental para o aprendizado de vida dele. Muitos pais reclamam que os filhos só brincam com o cão no começo, enquanto ele ainda é filhote, e depois perdem o interesse e o deixam de lado. Mas isso só acontece se a relação entre o animal e a criança não foi cultivada. O vínculo entre os dois se consolida na intimidade, adquirida através dos cuidados que a criança dedica ao animal e da responsabilidade que sente ter com ele; é a partir daí que a relação afetiva se estrutura, e para a vida toda.

Os cuidados começam na hora de escolher o cão

Quando decidir comprar ou adotar um cão para seu filho, pesquise antes sobre a raça mais adequada ao temperamento dele (crianças agitadas = cães mais ativos). Informe-se também sobre o tamanho que o cão vai atingir na idade adulta (1 ano), sobre o tipo de pelagem dele, se curta ou longa, as características de personalidade de um macho e de uma fêmea. O golden retrivier, o labrador, o boxer e o beagle, por exemplo, são cães conhecidos por tolerarem pacificamente as brincadeiras mais desajeitadas das crianças pequenas, que costumam achar divertido dar inocentes puxadinhas no rabo e na orelha do animal, apertar seu focinho, quando não o cão todo.

O ideal é ter um cão em casa apenas quando seu filho estiver pronto para entender que existe um mundo fora dele, que ele deve explorar sem medo e com curiosidade. É bom que a criança já tenha aprendido a andar e a ter controle esfincteriano, pois assim você ficará menos sobrecarregado com as funções educativas desses dois filhotes — o bebê e o cãozinho.

O grande amigo cão

O cão pode se tornar um suporte emocional importante para a criança, ao atuar como um parceiro dela na fase das descobertas infantis, que ocorre aproximadamente até os 7 anos de idade. É nesse período — o mais importante do desenvolvimento motor e emocional de toda criança — que, segundo o psicólogo bielo-russo Vigotsky, as brincadeiras e os brinquedos irão funcionar como imitações da realidade. As crianças podem brincar de casinha tendo o cão como filhinho; brincar com ele de esconde-esconde, que, além de um belo exercício físico, mexe com o intelecto e a noção espacial da criança; e até um simples carinho ou abraço no animal é uma oportunidade de ela demonstrar e exercitar sua afetividade.

Quando vem a fase escolar, tempo das descobertas intelectuais, essa pode ser uma boa época para a criança pesquisar sobre os cães: Por que todo cão abana o rabo? Como surgiu a raça do meu cão? Por que todo mundo deve educar seu cão? Por que devo recolher o cocô do meu cão, quando passeio com ele na rua? Enfim, o cão e tudo que diz respeito a ele deve sempre estar presente na vida de seu filho, acompanhando o desenvolvimento dele.

O cão, para a criança, é uma espécie de brinquedo sem pilhas, com vida própria, é um convite às mais variadas brincadeiras, é uma caixinha capaz de se abrir para um monte de emoções. O cão é um “brinquedo” que chora, que fica alegre, que gosta de socializar com todos, humanos e outros cães, e que, além de tudo, precisa receber cuidados básicos de sua família, assim como ser alimentado, ter uma boa caminha para dormir, tomar banho, ser escovado e receber uma boa educação.

Isso então quer dizer que o cão é o “brinquedo” perfeito para qualquer criança?

Sim, mas somente se você, adulto, tiver a consciência de que a responsabilidade de cuidar do cãozinho é SUA. Não adianta, mais tarde, vir com a velha desculpa: “Ah, as crianças queriam tanto um cachorro, prometeram que iam cuidar se eu comprasse um, e agora o trabalho sobrou para mim...”. Não sobrou para você; cuidar de um cão é mesmo obrigação de um adulto. Os adultos são as pessoas responsáveis pelo lar e por tudo que há de mais importante nele. Como um membro respeitável do núcleo familiar, um cão não pode ser deixado aos cuidados exclusivamente de uma criança, que, por mais que queira e se esforce, ainda não tem maturidade para se responsabilizar de verdade por uma outra vida.

Agora, não é por ser sua a obrigação de cuidar de seu cão que seu filho não deva atuar como um assíduo auxiliar seu. Solicite sempre a presença dele nesses momentos e estimule-o a participar. É fundamental que a criança ajude em pequenas tarefas, como colocar a comida na vasilha do cachorro, verificar se há sempre bastante água, limpa e fresquinha, à disposição dele, escová-lo um pouco, e que ela saiba a maneira de educar o cachorro (daí a importância das crianças estarem presentes na aula de adestramento). Se seu filho não se sentir animado a fazer muitas dessas coisas, pelo menos convide-o a olhar, a ver como você faz.

Outra forma de ajudar a desenvolver a relação entre a criança e o cão é permitir que seu filho conduza o cão de vez em quando nos passeios — você sempre de olho nos dois, claro. E, num lindo dia de sol, para aqueles que moram em casa, que tal uma boa farra geral, dar no cão um banho refrescante de mangueira, com todo mundo se divertindo juntos de verdade? Juntos. Essa palavrinha pode ser mágica para seu filho e seu cão.

Dicas


Lembre-se que seu cão deve estar vermifugado antes de ter contato com seu filho;

Não fique tenso, apenas atento, quando seu filho e seu cão estiverem brincando;

Você é o líder e deve ter total domínio sobre seu cão;

Sempre que puder, leve seu filho junto quando for comprar a ração;

Estimule seu filho a participar das aulas de bom comportamento que seu cão recebe do adestrador (e depois de você); é muito estimulante para a criança perceber que o cão obedece a suas pequenas “ordens”, como dar a patinha ou sentar;

Procure, pelo menos três vezes por semana, brincar de bolinha com seu cão e seu filho (as crianças adoram brincar de bobinho com os cães);

Convide alguns amigos de seu filho para brincarem na sua casa com seu cão. Integrar os amigos de seu filho com o cão fortalece a relação de amizade entre ele e o cão e também aumenta a auto-estima da criança;

Ao mostrar a seu filho a importância de se respeitar as necessidades de um cão, você está ensinando a ele conceitos de respeito ao próximo;

Pelo menos uma vez por semana, entregue-se ao lúdico, inventando brincadeiras e participando da vida de seu filho e de seu cão.


Fonte: Kátia Aiello : http://www.katiaaiello.com/artigos/caesecriancas.htm

Brincadeiras Levadas a Sério

Brincadeiras Levadas a Sério

Em algum momento do dia, não há quem não brinque com seu cão. Ou jogamos bolinha com ele, ou brincamos de pega-pega, esconde-esconde, e, se naquele dia não estamos lá muito dispostos a brincar, pelo menos ficamos acariciando seus pêlos.

Pois a minha proposta é: e se você usar esse tempo não só para brincar, mas também para ensinar seu cãozinho – especialmente se ele ainda for um filhote – a se comportar bem em algumas situações chatas e inevitáveis para vocês dois, que ele terá de enfrentar principalmente em seu primeiro ano de vida? Essa é a época em que uma doençazinha ou outra sempre aparece, sem contar a porção de vacinas que ele tem que tomar para se fortalecer nesse início de vida.

Sem muito esforço, você pode ensiná-lo a adquirir um bom comportamento em diversos momentos: quando ele é examinado pelo veterinário, na hora de receber um remédio via oral, quando suas patas precisam ser limpas, quando você tem que passar pomada na orelha dele...

Veja como educá-lo para que ele reaja bem a essas situações:

Remédios via oral – Primeiro, é preciso sair da condição de humano e entender que de todos os cinco sentidos (olfato, paladar, tato, audição e visão), o paladar é o menos apurado nos cães. Nós, humanos, somos capazes de degustar com enorme prazer vinhos, queijos e todos os tipos de alimento e perceber, até nos pequenos detalhes, as diferenças entre um e outro. Já dos cães, embora eles também tenham suas preferências alimentares, não se pode dizer exatamente que eles sejam o melhor exemplo de um paladar refinado. Existem cães, por exemplo, que parecem achar uma delícia pratos exóticos como fezes, lixo e comida estragada. Ora, se eles comem tudo isso de bom grado, por que não engolirem um comprimido ou tomarem um xarope sem escândalos?

Bem, na maioria das vezes a aflição do dono por aquele momento é tão grande que ele é que acaba passando para o cão toda essa ansiedade. O que o cão faz, então, é captar essa tensão, visível na expressão corporal de seu dono, e achar que está entrando numa fria.

Como educá-los: desde filhotes, habitue-se a colocar petiscos pequenos bem dentro da garganta dele, já simulando o ato de dar comprimido. É um treino tanto para ele como para você. Não precisa ser com violência, à força. Puxe a bochecha do cão com uma mão e com a outra enfie um petisco não no meio da boca dele, mas na lateral do interior da boca, perto da gengiva, e no fundo. Siga deslizando o dedo com o petisco pela gengiva e introduza na garganta, fechando o focinho de leve, para que ele não cuspa o comprimido. Depois, dê a ele outro pedaço de petisco, pela via normal, ou seja, pela boca, sem introduzi-lo na garganta. Apenas estenda a mão com o petisco e diga: Pega! ou Tó! Repita esse exercício todos os dias. E lembre-se: o petisco deve ser pequeno no começo e ir aumentando de tamanho até chegar ao tamanho médio de um comprimido. Assim seu cão vai se acostumar e depois enfrentar com naturalidade a hora do comprimido.

Outro treinamento de ingestão de remédio é colocar numa colherinha alguma bebida gostosa e inofensiva e dar para ele lamber. Pergunte ao seu veterinário que líquidos seu cão pode ingerir – além de água, claro. Para a Zazá e a Scully, minhas cachorras, a dra. Lúcia, veterinária delas, liberou, não mais que duas vezes por semana, um pouco de leite integral misturado com água, e água de coco à vontade. Dê todos os dias cerca de cinco colheradas, para que seu cão se acostume com a sensação de receber a colher na boca. Em seguida, dê-lhe um petisquinho como recompensa. Você vai ver como será fácil, depois, dar remédios líquidos para ele na colher. Caso prefira, em vez de treinar na colher treine com uma seringa. Coloque, delicadamente, só a pontinha dela na boca do cão e introduza o líquido bem devagar para que ele sinta o gosto gostoso do que está ingerindo.

Limpando as orelhas – Antes de mais nada, coloque seu filhote no colo e faça uma massagem gostosa em cima da orelha dele. Se ele não quiser ficar sentado em seu colo, acomode-o de forma a que ele, pelo menos, fique com a cabeça em seu colo. Coce a orelha dele até sentir que ele está bem relaxado. Depois, ainda na mesma posição, enrole um algodão no dedo e limpe a parte interna da orelha, como se ainda a estivesse coçando. Se ele reclamar, diga Fica! com firmeza e em seguida algo como: “Depois tem o petisco...” (ou brinde, ou bifinho, ou biscoito, enfim, o nome que você está acostumado a dizer quando lhe dá um agrado sob a forma de comida).

Limpando as patas – Terminado o passeio, algumas pessoas fazem questão de limpar as patas do cachorro antes de ele entrar em casa. Um conselho: lenços umedecido são ótimos, mas a maioria dos cães se incomoda profundamente com o cheiro forte de perfume que eles costumam ter. Se o seu cão também não gostar, substitua por um paninho úmido. Antes de entrar em casa, ainda na área de serviço, peça que ele sente e dê a pata. Limpe cada uma com delicadeza, dizendo o comando “Espera!” ou “Fica!” quando sentir que o cão está inquieto. Depois de limpar as quatro patas, dê um ossinho a ele, dizendo “Muito bem!”

Subindo na mesa – Alguns cães resistem a subir e a ficar na mesa do veterinário. Para evitar esse medo, habitue-se a colocá-lo em alguma mesa alta de sua casa. Peça que ele suba, atraindo-o com um petisco ou uma bolinha de que ele goste. Mostre o reforço positivo primeiro no chão, mas só lhe dê quando mostrá-lo em cima da mesa. Diga: Suba!, ou Vem pegar!, ou To!, ou Aqui, vem pegar! Caso ele ainda resista em subir (ou não tenha tamanho para isso), pegue-o no colo e coloque-o na mesa. Faça muito carinho nele, penteie-o com uma escova de cerdas macias, tornando esse momento de estar na mesa um instante agradável para ele. Passe a mão por todo o corpo dele, como se estivesse lhe fazendo uma massagem, mas não o vire de barriga para baixo até ele ter total confiança de que não irá cair de lá. Se mesmo assim seu cão não conseguir relaxar e você o sentir muito inseguro, deixe-o na mesa apenas por poucos segundos e depois vá aumentando esse tempo até ele ir se acostumando. Pode levar algum tempo até ele se acostumar com esse “pódio”, mas os resultados são fantásticos.

Escovando os dentes – Essa é uma tarefa para a qual os donos já torcem o nariz antes mesmo de experimentar. Sempre pensam: “Ihhhh, escovar os dentes vai ser difícil...”. Mas não é. Juro, é supersimples e não dói nada. Comece passando um pouco de pasta de dente própria para cães no seu dedo indicador. Com a outra mão, puxe a bochecha do cão (o cão não sente nenhuma dor), leve o dedo com a pasta até a gengiva e comece a massageá-la. Depois que ele se acostumar com essa manipulação – e eles se acostumam, porque gostam muito do sabor da pasta (em geral as pastas próprias para cães têm gosto de carne) –, compre uma escova de dentes apropriada e escove apenas os dentes laterais e os caninos. Por fim, depois de um bom tempo, passe a escovar também os dentes por dentro, assim como os dentes da frente. Depois de encerrada a escovação, dê-lhes o reforço positivo de um petisco.

Toques super importantes:

Sempre após uma atividade dessas, dê um agrado a seu cão: um pedaço de bifinho, um biscoito, um pedacinho de salsicha light de peru, chester ou frango (em geral usadas para adestramento), um pouco de queijo branco... Lembre-se de perguntar ao veterinário qual o tipo de reforço positivo comestível mais indicado para o seu cão.

Durante a atividade, ensine-o a esperar pelo petisco, sempre dizendo frases do tipo: “Espera que depois eu te dou a salsicha” (ou outro reforço indicado pelo veterinário). É muito importante que o cão associe que logo após o exercício ele receberá sua recompensa por ter se comportado direito.

Não esqueça de acariciá-lo bastante quando ele estiver em cima da mesa. Essa é uma posição difícil para alguns cães dominantes ou medrosos, mas insista com muito carinho, voz firme e petisco. Você também pode dar uma determinada coisa de que ele goste muito só quando ele estiver na mesa. Um pedacinho de peito de frango, por exemplo. Insista, isso vai ajudá-lo a enfrentar com tranqüilidade a mesa do veterinário.

Na hora de fazer carinho, massageie todo o corpo de seu cão, inclusive patas, rabo e barriga. Faça isso desde os primeiros meses.

Por fim, nada de ansiedade. Aja sempre com naturalidade diante de seu cão. Momentos penosos para uma criança podem não ser nada terríveis para um cão se ele for treinado a sempre associá-los com coisas boas.

Não deixe de introduzir esses truques e exercícios na interação diária com o seu cão. Acredite, é um investimento que vai render muitos dividendos no futuro. Para vocês dois. Boa sorte.

Fonte: Kátia Aiello: http://www.katiaaiello.com/artigos/brincadeiras.htm

Proteção e Eficiência!

Proteção e Eficiência

A eficiência de uma pessoa que trabalha na causa animal não deve ser medida pelo número de animais que esta pessoa possui ou que recolheu, cuidou, esterilizou e doou, mas sim pelo número de pessoas que ela conseguiu fazer com que tomasse esta atitude.

Muitas pessoas se julgam protetoras porque salvaram, doaram ou adotaram algumas dezenas de animais que estão em suas casas ou foram doadas. Essa atitude é válida e merece nossa consideração. São poucos os seres humanos que doam seu tempo e seu dinheiro para salvar uma vida. Menos ainda quando se trata de um animal em situação de rua, que é considerado por muitos como uma ameaça à saúde pública.

Por outro lado, ao nos sensibilizarmos com o sofrimento de um animal, devemos tomar o cuidado com a atitude de querer salvar todos os animais do mundo, criar uma culpa interna e perpetuar atitudes de tomar o lugar dos outros.

Exemplos práticos, simples e reais

Toda vez que seus amigos encontram um problema com animais, o que é que eles fazem? Ligam rapidamente para você, relatam o caso e você sai correndo para ajudá-los.

Toda a vez que algum amigo “precisa” se desfazer de um animal, você fica “doido (a)” procurando um novo dono para a mascote antes que ele o jogue na rua.

Sempre que algum conhecido deixa sua cadela ter uma cria, você é a pessoa contatada para ajudar nas doações. E, muitas vezes, até paga a esterilização da cadela.

Quando um animal adoece, de quem seus amigos lembram?

Quando acontece uma tragédia com animais, qual a pessoa que todos vão lembrar de ligar para relatar, nos mínimos detalhes, o acontecido dizendo: "Lembrei de você!”

Quantos animais são abandonados na porta de sua casa?

Parabéns! Você realmente é uma pessoa solidária, tem muitos amigos e, com certeza, cada vez mais você terá pessoas que vão lembrar de você.

E você?

E a sua vida, como esta? Sua conta bancária, como anda? Como você dorme à noite com tantos telefonemas que começam com "lembrei de você!"?

Você não esta se sentido cada dia mais impotente frente ao grande número de acontecimentos tristes que você toma conhecimento?

Nós amamos os animais, mas o primeiro ato de amor é o não-prejuízo. Esteja atento (a), pois atitude justa é aquela que melhor se ajustar à situação precisa. O amor sem justiça corre o risco de ser apenas emotivo, não criando melhores condições de vida para todos os seres.

Se você está “resolvendo” o problema de seus amigos, você está ajudando muito mais a eles do que aos animais. E ainda criando uma situação desgastante para você.

Ajudar não é fazer as coisas em lugar de outro, e sim permitir que estes se saiam bem sozinhos. Se não, criamos um ciclo vicioso de dependência.

Pense bem

Se você pode, seus amigos (ou as pessoas que te ligam) também podem!

Se você fizer por eles, esta tirando a oportunidade de eles mesmos fazerem o bem. Atos não-justos que aparecem à nossa frente são para nos ensinar, para nos levar a tomar uma atitude justa. E atitude justa não é chamar alguém para tirar o problema da sua frente, mas sim resolvê-lo.

Se você resolver os problemas de seus "amigos", você vai ter tantos “lembrei de você” que sua vida se tornará um caos. E um dia, não poderá ajudar todos os “amigos” que te procuram. E os animais continuarão sofrendo.

Antes de amar os animais, você tem que amar a si mesmo (a).


Compaixão, sabedoria, sofrimento e indignação

A compaixão sem sabedoria pode nos tornar apenas ativistas cheios de boa vontade, mas também sem discernimento e profundidade. Isso pode ser uma fonte inesgotável de sofrimento. A nossa atitude de fazer o bem no lugar de outros, nos leva a um grande sofrimento, tamanha é a quantidade de problemas que chegam até nós.

Sofrimento existe. Ele não depende de nós. O que depende de nós é a atitude de não cultivarmos este sentimento e esta dor, de tal maneira que nos impeça de tomar atitudes coerentes. Há bastante sofrimento no mundo. É inútil acrescenta-lhe o nosso. Constatá-lo sem a possibilidade de transformá-lo não muda nada. O mesmo acontece com a indignação. Não adianta indignar-se sem uma atitude para a mudança. Isso não passa de um movimento emocional estéril.

O amor, a compaixão, o sofrimento e a indignação são sentimentos que podem transformar o mundo para melhor, se usados com sabedoria.

Vamos apresentar a situação de outra maneira

Em vez de escolher a vitimização e o desespero, vamos escolher a inteligência e a esperança.

Você não é culpado pelo sofrimento do mundo. Cada vez que um amigo ligar para você pedindo ajuda, aproveite a oportunidade de dizer para ele como fazer o bem. Isso faz bem!

Também fale a ele o quanto você é feliz podendo dormir tranqüilamente por saber que faz a sua parte e como é importante que ele também o faça.

Ensine-o a se sair bem sozinho e não faça o bem no lugar dele. Acredite, muitos vão agir e a satisfação por salvar uma vida é algo indescritível. É contagioso. E logo teremos um exército de pessoas agindo na causa animal.

Estimule a ação das pessoas boas

Corremos o risco de não agradar algumas pessoas, mas estas são do tipo que derramam uma lágrima e tranqüilizam a consciência. São as que acham que o mundo não tem solução e não fazem nada para melhorar.

Não fique focado nelas. Leve sua atenção para as pessoas do bem. Você vai ser sentir mais feliz e otimista e vai ter discernimento para saber quando a sua ajuda é necessária.

Não se preocupe: 99% das pessoas são boas. O problema é que as pessoas boas estão ficando de braços cruzados. E esta na hora de serem estimuladas a agir.

Nada como um animal em sofrimento para mobilizar grandes grupos. A maioria fica só no passo da indignação e do sofrimento, mas sempre aparece alguém que toma uma atitude.

Tomar uma atitude não é ligar para amigos, para os órgãos públicos, para as protetoras, para o presidente da República.

Tomar uma atitude é fazer o que tem que ser feito, mesmo que tenha que gastar nosso tempo e dinheiro.

Pense mais

O importante na causa animal é não perder o hábito de pensar. É não perder a esperança e focar nas coisas boas que estão acontecendo. Não estamos mais sós. Muitos foram tocados e estamos em pleno processo do despertar do coração.

A boa noticia é, ninguém precisa esperar nem mais um instante para participar desta mudança, basta mudar a si mesmo e, depois, pensar em mudar o mundo.

Fonte: http://www.clubeamigosdosanimais.com.br/i_protecaoeficiente.htm
Marlene Nascimento : médica veterinária, especialista em Saúde Pública, fundadora e presidente do Clube Amigos dos Animais.
Livre para reprodução desde que citada a fonte.